sábado, 24 de março de 2012

Minhas mãos são nuas, sem as Tuas

Nona! Ouço teus pés descalços, deslizando na mina.

No sombrio silêncio do meu quarto vago.

Observo o lenço branco tapando seus olhos.

Vendo-te! Acordo para mais um desafio.

Que me traça a sina.

Jogo meus pensamentos sob o céu do seu destino

E o  teu dom brilha em minha alma já cansada

Tingem os papéis, mãos ávidas, bailadas

Encerram-se mais um capítulo

Os anjos entoam hinos


Flores brancas para o chá da noite que se aproxima

Minhas mãos já não são nuas, com as tuas

De leve, ao vento, ouço uma canção

E descrevendo cenas, enceno

Num toque da pena

O teu coração.


Homenagem a minha nonna Adelaide Luiza Mussi

(26/07/1909 + 20/08/1999)

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